sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Opinião: "Resident Evil 4: O Recomeço"

Avaliação:


Título original: Resident Evil: Afterlife
Gênero: Ação, ficção científica
Ano de lançamento: 2010
Direção: Paul W. S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich
            Ali Larter
            Boris Kodjoe
            Shawn Roberts


      A franquia "Resident Evil" é livremente adaptada dos games. O primeiro longa da série foi divertido, trazendo perseguições realmente tensas e uma história razoavelmente envolvente. Nos filmes seguintes, no entanto, a qualidade decaiu gradativamente, chegando ao seu pior momento com "Resident Evil 4: O Recomeço".
      Dirigido novamente por Paul W. S. Anderson, o filme começa com os clones de Alice invadindo a sede da Umbrella Corp. em Tóquio. O líder da base, Albert Wesker, escapa, mas não sem antes injetar um soro em Alice, tornando-a uma humana comum novamente. Alice parte então em busca de Arcadia, lugar no Alasca onde estariam os humanos livres da infecção do T-Virus. Ao chegar lá, ela se depara com um lugar abandonado, e parte novamente em busca de sobreviventes, encontrando novos aliados e inimigos pelo caminho.
      O roteiro mais uma vez é um mero pretexto para as cenas de ação. Nenhum personagem é satisfatoriamente desenvolvido. Nem mesmo o reencontro entre dois irmãos carrega alguma emoção. As atuações são nulas, completamente vazias, com os personagens limitando-se a fazer caras feias nas cenas de tiroteio, que por sinal são bastante exaustivas. Em nenhum momento tememos pela vida de qualquer protagonista, já que não chegamos a sentir empatia por nenhum personagem. Isso sem contar a unidimensionalidade do vilão, que simplesmente mata um subordinado ao ser desobedecido.
      A direção de P. W. S. Anderson é problemática, limitada. O diretor contenta-se em criar um novo "Matrix", criando incontáveis cenas em slow motion, o já desgastado bullet time e as roupas pretas da protagonista. Até mesmo a cena em que Trinity pula de uma janela atirando é recriada, mostrando a total falta de criatividade do diretor.
      As cenas de ação são extremamente burocráticas, até cansativas pela repetição. Até mesmo os zumbis, que deveriam ser os principais antagonistas, são deixados de lado, aparecendo pouquíssimas vezes sem criar qualquer ameaça mais consistente. O final aberto deixa espaço para uma nova continuação, lançada em 2012, mas a decepção maior parte do fato que a franquia de jogos é muito mais tensa e interessante do que os filmes de "Resident Evil". A série mais famosa de jogos de terror merecia pelo menos um filme à altura.