Título original: Doragon Bōru Zetto: Kami to Kami Gênero: Ação, animação Ano de lançamento: 2013 Direção: Masahiro Hosoda
Dragon Ball marcou minha infância. A história de Goku e das sete
esferas do Dragão me fascinava, e eu ocupava minhas tardes livres
assistindo na Band ou lendo os mangás da série. Tinha bonecos, revistas,
desenhava os personagens, enfim, era apaixonado pela animação
responsável por abrir caminho para que outras séries japonesas entrassem
no Brasil.
Foi com imensa alegria, e principalmente nostalgia,
que assisti ao Dragon Ball Z: Batalha dos Deuses. E posso dizer que
fiquei satisfeito com o que vi. Tudo o que marcou a série está presente:
Goku continua sendo o homem ingênuo que só pensa em lutar, mestre Kame
continua tarado, as lutas são empolgantes.
É uma pena, no
entanto, que o filme acabe sendo infantil, principalmente nas
motivações do vilão, Bills, que em um momento decide destruir a Terra
porque comeram todo o pudim(!), e também em alguns diálogos e situações
constrangedoras que não condizem com o histórico da série, como Vegeta
deixando de lado seu orgulho e fazendo uma dancinha para acalmar o
vilão. Outro ponto que deixa um pouco a desejar é a mistura da
animação tradicional com computação gráfica, o que causa certo
estranhamento.
Mas, no resumo da obra, A Batalha dos Deuses é um
bom filme de Dragon Ball, principalmente por causar o saudosismo
esperado nos fãs mais antigos da série, no caso, eu também. E ouvir o
tema original em japonês nos créditos finais é sensacional, e nos faz
lembrar de bons tempos em que a maior preocupação era a lição de casa.
Título original: Year One
Gênero: Comédia
Ano de lançamento: 2009
Direção: Harold Ramis
Elenco: Jack Black Michael Cera Olivia Wilde Juno Temple
O filme tenta fazer graça com misturando períodos da história antiga,
misturando os caçadores-coletores que vivem em cabanas com as primeiras
civilizações e cidades, existentes nas passagens iniciais da bíblia,
incluindo aí Caim e Abel, Abraão e Isaque e, principalmente, Sodoma. Eu
disse tenta fazer graça porque, na imensa maioria das vezes, Ano Um não
consegue fazer rir.
Michael Cera, interpretando Oh, se limita a ser o nerd virgem, algo
comum em sua carreira, embora aqui seja impossível chama-lo de nerd,
logicamente. Já Jack Black, como Zed, se limita a fazer caretas e a se meter em
situações constrangedoras, como tentar descobrir a que animal pertence o
coco encontrado no chão. Situações constrangedoras, quando bem
utilizadas, são eficientes, como em Passe Livre, Débi e Lóide e tantos
outros, mas aqui são completamente sem graça.
Ano Um consegue ser
engraçado em alguns momentos, principalmente quando satiriza as
tradições bíblicas como o sacrifício e o Santo dos Santos, a sala onde
só o sumo sacerdote pode entrar para fazer o sacrifício a Deus. Mas no
restante do tempo somos bombardeados com humor físico de má qualidade e
muito humor escatológico desnecessário. Diverte um pouco, mas no geral é mais uma comédia descartável.
Hércules é um exemplar de ação genérico. O roteiro peca na sua falta
de originalidade, misturando elementos de Gladiador e 300. De Gladiador,
podemos perceber a premissa principal: a tentativa de assassinato do
protagonista, que sobrevive e é vendido como escravo para então se
tornar lutador e retornar à sua terra natal (no caso, o Reino de Tirinto) e
ter sua vingança. De 300, Hércules toma emprestado as cenas de ação em
câmera lenta, a fotografia e a persistência dos lutadores em não usar
camisas. Outro ponto fraco fica a cargo dos vilões, completamente
unidimensionais. O irmão de Hércules, por exemplo, é bem parecido
fisicamente com Comodus, vilão principal de, adivinhem, Gladiador,
copiando até mesmo seus trejeitos. Além disso, ele e seu pai parecem não
possuir muita personalidade, se limitando a apenas dizerem frases de
efeito e serem maus.
Apesar de possuir efeitos especiais modestos
para uma produção de 2014, como por exemplo o leão inverossímil do
início e o chicote de raios da batalha final, as batalhas são, em boa
parte, bem feitas e coreografadas.
Em outras palavras, Hércules
se limita a ser um filme de ação mediano, embora a trilha sonora tente
transforma-lo em um épico. Diverte, principalmente nas lutas, mas não
traz nada de novo ao cinema. Trata-se de mais um filme de comum de
aventura, como tantos outros.
Como já disse na crítica de Resident Evil 4: Recomeço,
filmes baseados em videogames geralmente deixam a desejar. Poucos haviam sido
dignos de nota, até que uma animação da Disney finalmente deu ao mundo dos
games uma homenagem de primeira: “Detona Ralph”, lançado no final de 2012,
consegue ser divertido, enérgico e emocionante, podendo facilmente levar o
espectador às lágrimas.
O longa
não é uma homenagem a um jogo específico, mas sim ao mundo dos arcades, os
tradicionais jogos de fliperama. O protagonista é o vilão do jogo “Conserta Felix
Jr”, Ralph, que, no aniversário de 30 anos de seu jogo, não é convidado para a
festa e decide “aparecer”. Tratado com indiferença pelos personagens secundários
(seres pequenos que se movimentam de maneira engraçada, típica dos jogos
antigos), Ralph decide conseguir uma medalha de qualquer maneira para poder ser
respeitado por seus colegas.
Ralph,
então, invade o “Missão de Herói”, um avançado game em 3D, e conquista, à sua
maneira, a medalha tão esperada. Porém, ele tem problemas ao fugir da torre
principal do jogo: ao entrar na nave, é perseguido por um insetrônico e acaba
sofrendo um acidente, caindo no jogo “Sugar Rush”. Lá, conhece Vanellope von Schweetz,
uma garotinha que é proibida de correr em seu jogo por ser considerada um “bug”
do sistema. Vanellope define a si mesma como tendo “pixelexia”, um problema que
gera falhas em sua aparência e em seus movimentos.
“Detona
Ralph” tem uma fantástica direção de arte, que cria cenários impressionantes como
a torre dos insetrônicos do jogo “Missão de Herói”; o mundo colorido e
adocicado de “Sugar Rush”, onde há o impressionante e bem bolado “vulcão de
Mentos”; e ainda o mundo bidimensional, mas não menos interessante, do jogo “Conserta
Felix Jr". E os elogios não são só para os jogos, mas também para a estação
central, localizada especificamente na régua de energia, onde os personagens de todos
os games se integram e interagem entre si. Interação que também é mostrada na
reunião dos vilões anônimos, uma das melhores sacadas do filme. É na reunião
que, nos primeiros minutos de projeção, Ralph diz que não gostaria mais de ser
o vilão, causando espanto em seus companheiros.
Há
ainda outros personagens importantes para a narrativa, como o Rei Doce, o
soberano do jogo “Sugar Rush” que tem motivos misteriosos para não deixar
Vanellope competir; a sargento Calhoun, que sai do jogo “Missão de Herói” em
busca do insetrônico fugitivo e tem a ajuda de Felix, o protagonista do jogo “Conserta
Felix Jr”. Este último, por sinal, é
responsável por um dos melhores momentos do filme, quando dá uma cantada em
Calhoun, dizendo: “Olha a alta definição do seu rosto”. Temos, ainda, a participação especial de
inúmeros personagens de games, como Sonic, Pacman, Bowser, Zangief, Chun Li,
Blanka, Ryu, Ken, e muitos outros, causando ainda mais nostalgia no público.
Do
ponto de vista narrativo, “Detona Ralph” também é surpreendente, lembrando “Toy
Story”. Se um brinca com a possibilidade de os brinquedos ganharem vida quando não
estamos olhando, o outro cria um verdadeiro universo nos bastidores dos
videogames, conferindo personalidades únicas aos seus personagens e dando a
eles “momentos de descanso”, onde, longe dos olhos das crianças, eles vão a um
bar, visitam os amigos, enfim, vivem como humanos em seus momentos de lazer.
Mas não
é somente de homenagens aos games que vive o longa, afinal, trata-se de uma
aventura dentro de um videogame. Aventura essa presente em toda a projeção,
agradando a baixinhos e altinhos. “Detona Ralph” ainda tem tempo para emocionar
o público, com uma verdadeira história de companheirismo e amizade. O brilhante roteiro cria uma divertida e forte
amizade entre Ralph e Vanellope, e vê-lo tentar acabar com o sonho dela apenas para
protegê-la é de cortar o coração.
O longa ainda dá
sinais de que os filmes da Disney estão se tornando cada vez mais “pixarizados”,
ao passo que a Pixar caminha para sua “disneyzação”.
Existe uma sociedade onde minorias são perseguidas, atacadas e oprimidas pelos humanos que se julgam normais, humanos que consideram os "diferentes" como sendo inferiores, ou por agirem de forma "errada", como se tivessem escolhido viver dessa maneira, sem pensar que essa minoria perseguida também é normal, humana. A classe dominante, em maior número, age com ódio e racismo, excluindo os "diferentes" de seus grupos sociais. Não, eu não estou falando dos negros, gays, ateus, ou qualquer outra minoria, por mais que possam claramente ser identificadas com as frases acima. Estou falando dos mutantes, brilhantes criações de Stan Lee e Jack Kirby na década de 1960, auge da luta pelos direitos dos negros nos EUA. A criação desses heróis dos quadrinhos refletia a época de insegurança vivida pelos negros, relegados à margem da sociedade americana, e ecoa até hoje, com qualquer minoria que se possa considerar.
O que nos leva a "X-Men: Primeira Classe", quinto filme da franquia dos mutantes nas telonas.Os três primeiros longas retrataram bem o racismo e a busca pela aceitação dos mutantes na sociedade, algo que fora deixado de lado no quarto, "X-Men Origens: Wolverine", mas que retorna com força total no longa de 2011. Logo de início, já podemos traçar um paralelo com a perseguição às minorias, quando vemos nazistas subjugando judeus nos campos de concentração. A cena, idêntica à do primeiro longa, mostra Eric Lensherr sendo separado de seus pais e dando as primeiras demonstrações de seus poderes magnéticos. Já crescido, Lensherr (Michael Fassbender) segue uma vida de ódio, perseguindo os nazistas e buscando a todo custo o responsável pela morte de seus pais.
Paralelamente a isso, temos Charles Xavier (James McAvoy) na sua tenra juventude, como um jovem galanteador, inteligente, com longos cabelos e ainda andando com suas próprias pernas. É aí que se encontram os dois antagonistas: Eric entende que os diferentes como ele não são aceitos na sociedade, e tem como objetivo o rompimento total com a raça humana, enquanto Xavier busca o entendimento entre as duas "raças", querendo usar o embate ideológico em vez do embate físico. Os dois buscam a mesma coisa, a aceitação da espécie mutante, mas idealizam meios diferentes para alcançarem tal ideal.
Xavier e Eric tem um inimigo em comum: Sebastian Shaw (Kevin Bacon), um mutante ganancioso, capaz de absorver qualquer tipo de energia, e que pretende deflagrar uma guerra entre EUA e União Soviética para dominar o que sobrar do mundo depois do combate. Foi inserido aqui um acontecimento real, a crise dos mísseis de Cuba, nos anos 1960, misturando mais ainda ficção e realidade.
Além do ótimo roteiro, escrito por seis pessoas (algo que raramente dá certo), o filme é repleto de aventura da melhor qualidade. O diretor Matthew Waughn, responsável pelo também ótimo "Kick Ass - Quebrando Tudo", comanda otimamente as cenas de ação, sem cair no lugar-comum, e os efeitos visuais impecáveis são de encher os olhos. O humor também tem seu espaço, como quando Hank McCoy pergunta se Xavier não quer raspar o cabelo, ou quando os mutantes mais jovens fazem brincadeiras com seus poderes na base militar. Interessante, também, é a cena na qual Raven sugere os nomes dos mutantes, mas a cena mais impagável de todas é a breve aparição de Wolverine (Hugh Jackman), que, com uma frase, é capaz de arrancar gargalhadas.
Mas o carro-chefe de "X-Men: Primeira Classe" é a riqueza de seus personagens. Jennifer Lawrence, por exemplo, nos traz uma jovem Raven/Mística sincera, brincalhona, mas temerosa com a falta de aceitação da sociedade. Por ter o poder de se tornar qualquer pessoa, ela prefere mostrar sua aparência humana a aceitar o fato de que é, na verdade, uma mulher azul e escamosa, o que, ao seu ver, assusta os humanos. Xavier está em paz com seus poderes, e seu dom de professor fica evidente ao treinar seus colegas para enfrentar os inimigos. E, acima de tudo, é empolgante ver que um homem tão responsável, talvez o mais sensato dos X-Men, tenha tido uma juventude normal, com eventuais bebedeiras e paqueras.
Os outros mutantes também são personagens ricos, com seus medos e inseguranças, exceto Azazel, mutante em forma de demônio que tem duas ou três falas, no máximo, servindo apenas como o capanga do vilão. Mas o mais admirável é, sem dúvida, Eric Lensherr, o Magneto. Michael Fassbender, assim como Ian McKellen, consegue retratar todas as nuances do personagem, que por mais que seja cruel e explosivo, pode ter todas as suas atitudes justificadas de acordo com o sofrimento ao qual já fora sujeitado. É por isso que Magneto, ao meu ver, não é um vilão, mas sim um mutante sofrido, que busca a vingança como modo de aplacar a perseguição sofrida por toda a vida.
Para finalizar, "X-Men: Primeira Classe" pode ser considerado o melhor filme dos mutantes até aqui, já que une de maneira excepcional a aventura característica dos filmes de super-heróis com o debate pelo respeito às minorias. Com certeza, um entretenimento de altíssimo nível.
Título original: The Croods
Gênero: Animação
Ano de lançamento: 2013
Direção: Kirk DeMicco Chris Sanders
Elenco: Nicolas Cage Ryan Reynolds Emma Stone Catherine Keener
Se há algo comum a todos os filmes produzidos pela DreamWorks Animations é o carisma de seus personagens. O estúdio responsável pelas franquias de sucesso "Shrek", "Madagascar" e "Kung Fu Panda" tem, assim como sua concorrente Pixar, a capacidade de entreter a todos os públicos, sem mirar num alvo específico. Seus longas agradam tanto aos baixinhos quanto aos altinhos, e com "Os Croods" não poderia ser diferente.
O longa se passa em plena Idade da Pedra, onde o pai de família Grug (dublado por Nicolas Cage no original) defende sua família o quanto pode, incutindo na mente de seus protegidos que a caverna é segura, o mundo é perigoso e o "novo é ruim". (Pode-se aí fazer uma ligação com a superproteção a qual alguns pais submetem seus filhos, onde mesmo querendo sempre o melhor para eles, acabam privando-os da diversão e das descobertas. Não que o liberalismo seja bom, já que conhecemos muitos casos em que pais mantiveram "rédeas soltas" com seus filhos na infância e acabaram perdendo o controle em seguida, mas avalia-se que deve haver um equilíbrio natural entre o "proteger" e o "liberar"). É quando a filha mais velha, Eep (Emma Stone), começa a se perguntar sobre o que há lá fora à noite, e acaba descobrindo Guy (Ryan Reynolds), um jovem que a alerta sobre o "fim do mundo".
O filme tem belas sacadas sobre a evolução humana, como a diferença entre o pensamento primitivo dos neandertais (Grug e sua família) e a criatividade do homo sapiens Guy), lembrando ainda do controle do fogo e dos primeiros animais de estimação. Nesse quesito, também, há o fim do mundo ao qual Guy se refere, que nada mais é do que a separação da Pangeia e a formação dos continentes como conhecemos hoje. Além disso, a produção cria cenários deslumbrantes e muito diferentes entre si, como a "selva de pedra" onde os protagonistas residiam inicialmente e a floresta colorida descoberta no segundo ato, que traz uma vasta gama de animais selvagens um pouco (mas não muito) diferentes dos que hoje existem.
Mas se há algo que não falta em "Os Croods" é a aventura. A jornada dos personagens em busca de um novo lar é empolgante, movimentada, não deixando a desejar nem na ação e nem na animação em si, completamente fluida e de encher os olhos. Aqui, incluem-se as caçadas comandadas por Grug, estratégicas, usando até princípios do futebol americano, e as várias cenas de perseguição protagonizadas por felinos gigantes. O humor, como não devia deixar de ser, está presente em abundância, seja na implicância do genro com a sogra, ou no vício das mulheres por sapatos (desde a Idade da Pedra, como sugere o filme), não esquecendo, é claro, de Braço, uma preguiça carismática e hilária, que por vezes serve de cinto a Guy.
Em suma, "Os Croods" é, como quase todos os filmes da DreamWorks Animations, uma animação muito bem feita, que diverte e agrada na medida certa, sem deixar a peteca cair e sem deixar a chama do humor se apagar. Espero que o estúdio continue sendo responsável por longas divertidíssimos como esse, e como "Megamente", "Como Treinar seu Dragão", "Bee Movie", Por Água Abaixo"... E por aí vai.
Em 2009, foi lançado nos cinemas o suspense "Caso 39", do diretor alemão Christian Alvart. O longa conta a história de Emily (Renée Zellweger), uma assistente social responsável por 38 casos de crianças maltratadas pelos pais. Mas, quando ela é incumbida de seu trigésimo nono caso, seus problemas começam a surgir. Entra em sua vida Lily, vivida pela jovem Jodelle Ferland, que sofre nas mãos de seus pais. Comovida com a história da garota, a assistente passa a dar mais atenção ao caso, principalmente depois que os pais tentam matar a criança ao colocá-la dormindo em um forno.
Com uma premissa atrativa, a da garota maltratada que não é o que aparenta ser, o longa aposta em uma atmosfera de tensão construída aos poucos, evitando dar todas as respostas antes do seu segundo ato, onde coisas estranhas começam a acontecer, como o brutal assassinato cometido por uma das crianças assistidas por Emily. O desenrolar da história é interessante, passando do drama quase policial ao suspense de maneira orgânica, sem sobressaltos.
Bradley Cooper interpreta Douglas J. Ames, um psicólogo que trata das crianças assistidas por Emily, até se tornar vítima da pior delas. Ainda temos Ian McShane como o detetive Mike Barron, que sempre tenta fazer o certo até ser impelido a usar a força bruta, mas sem sucesso. Falando sobre o elenco, temos a atuação regular de Reneé Zellweger, para não dizer
irritante, principalmente devido à infantilização de sua voz. Mas quem rouba a cena é Jodelle Ferland, que passa de mocinha a vilã com uma naturalidade espantosa. No início, sua Lily é meiga e inocente, conquistando a assistente social até ser adotada. Em seguida, ao começar a fazer suas maldades, a jovem mostra grande maturidade e realmente impressiona.
Uma pena que o roteiro aposte em alguns sustos fáceis na tentativa de chamar a atenção de seu público, desviando a atenção dos verdadeiros problemas do longa. Clichês são comuns na trama, como entrar no carro para fugir de algo sem perceber que seu inimigo está no banco de trás, ou batidas no vidro do carro em um plano fechado, apenas com o intuito de assustar. Com pouquíssimos sustos verdadeiros, a tensão bem construída no começo acaba ficando por lá mesmo, com o terceiro ato descambando para o terror e as perseguições. Mas vale também destacar a coragem da decisão final de Emily, sem apelar para o politicamente correto e sem deixar o final em aberto para possíveis continuações. Se bem que, com o fracasso de bilheteria que foi, nem mesmo um final ambíguo salvaria a fita do esquecimento que já se encontra.