Avaliação:
Título original: Case 39
Gênero: Terror, suspense
Ano de lançamento: 2009
Direção: Christian Alvart
Elenco: Renée Zellweger
Jodelle Ferland
Ian McShane
Bradley Cooper
Em 2009, foi lançado nos cinemas o suspense "Caso 39", do diretor alemão Christian Alvart. O longa conta a história de Emily (Renée Zellweger), uma assistente social responsável por 38 casos de crianças maltratadas pelos pais. Mas, quando ela é incumbida de seu trigésimo nono caso, seus problemas começam a surgir. Entra em sua vida Lily, vivida pela jovem Jodelle Ferland, que sofre nas mãos de seus pais. Comovida com a história da garota, a assistente passa a dar mais atenção ao caso, principalmente depois que os pais tentam matar a criança ao colocá-la dormindo em um forno.
Com uma premissa atrativa, a da garota maltratada que não é o que aparenta ser, o longa aposta em uma atmosfera de tensão construída aos poucos, evitando dar todas as respostas antes do seu segundo ato, onde coisas estranhas começam a acontecer, como o brutal assassinato cometido por uma das crianças assistidas por Emily. O desenrolar da história é interessante, passando do drama quase policial ao suspense de maneira orgânica, sem sobressaltos.
Bradley Cooper interpreta Douglas J. Ames, um psicólogo que trata das crianças assistidas por Emily, até se tornar vítima da pior delas. Ainda temos Ian McShane como o detetive Mike Barron, que sempre tenta fazer o certo até ser impelido a usar a força bruta, mas sem sucesso. Falando sobre o elenco, temos a atuação regular de Reneé Zellweger, para não dizer
irritante, principalmente devido à infantilização de sua voz. Mas quem rouba a cena é Jodelle Ferland, que passa de mocinha a vilã com uma naturalidade espantosa. No início, sua Lily é meiga e inocente, conquistando a assistente social até ser adotada. Em seguida, ao começar a fazer suas maldades, a jovem mostra grande maturidade e realmente impressiona.
Uma pena que o roteiro aposte em alguns sustos fáceis na tentativa de chamar a atenção de seu público, desviando a atenção dos verdadeiros problemas do longa. Clichês são comuns na trama, como entrar no carro para fugir de algo sem perceber que seu inimigo está no banco de trás, ou batidas no vidro do carro em um plano fechado, apenas com o intuito de assustar. Com pouquíssimos sustos verdadeiros, a tensão bem construída no começo acaba ficando por lá mesmo, com o terceiro ato descambando para o terror e as perseguições. Mas vale também destacar a coragem da decisão final de Emily, sem apelar para o politicamente correto e sem deixar o final em aberto para possíveis continuações. Se bem que, com o fracasso de bilheteria que foi, nem mesmo um final ambíguo salvaria a fita do esquecimento que já se encontra.