quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Opinião: "Os Croods"

Avaliação:

Título original: The Croods
Gênero: Animação
Ano de lançamento: 2013
Direção: Kirk DeMicco
             Chris Sanders
Elenco: Nicolas Cage
            Ryan Reynolds
            Emma Stone
            Catherine Keener


      Se há algo comum a todos os filmes produzidos pela DreamWorks Animations é o carisma de seus personagens. O estúdio responsável pelas franquias de sucesso "Shrek", "Madagascar" e "Kung Fu Panda" tem, assim como sua concorrente Pixar, a capacidade de entreter a todos os públicos, sem mirar num alvo específico. Seus longas agradam tanto aos baixinhos quanto aos altinhos, e com "Os Croods" não poderia ser diferente.
      O longa se passa em plena Idade da Pedra, onde o pai de família Grug (dublado por Nicolas Cage no original) defende sua família o quanto pode, incutindo na mente de seus protegidos que a caverna é segura, o mundo é perigoso e o "novo é ruim". (Pode-se aí fazer uma ligação com a superproteção a qual alguns pais submetem seus filhos, onde mesmo querendo sempre o melhor para eles, acabam privando-os da diversão e das descobertas. Não que o liberalismo seja bom, já que conhecemos muitos casos em que pais mantiveram "rédeas soltas" com seus filhos na infância e acabaram perdendo o controle em seguida, mas avalia-se que deve haver um equilíbrio natural entre o "proteger" e o "liberar"). É quando a filha mais velha, Eep (Emma Stone), começa a se perguntar sobre o que há lá fora à noite, e acaba descobrindo Guy (Ryan Reynolds), um jovem que a alerta sobre o "fim do mundo".
      O filme tem belas sacadas sobre a evolução humana, como a diferença entre o pensamento primitivo dos neandertais (Grug e sua família) e a criatividade do homo sapiens Guy), lembrando ainda do controle do fogo e dos primeiros animais de estimação. Nesse quesito, também, há o fim do mundo ao qual Guy se refere, que nada mais é do que a separação da Pangeia e a formação dos continentes como conhecemos hoje. Além disso, a produção cria cenários deslumbrantes e muito diferentes entre si, como a "selva de pedra" onde os protagonistas residiam inicialmente e a floresta colorida descoberta no segundo ato, que traz uma vasta gama de animais selvagens um pouco (mas não muito) diferentes dos que hoje existem.
      Mas se há algo que não falta em "Os Croods" é a aventura. A jornada dos personagens em busca de um novo lar é empolgante, movimentada, não deixando a desejar nem na ação e nem na animação em si, completamente fluida e de encher os olhos. Aqui, incluem-se as caçadas comandadas por Grug, estratégicas, usando até princípios do futebol americano, e as várias cenas de perseguição protagonizadas por felinos gigantes. O humor, como não devia deixar de ser, está presente em abundância, seja na implicância do genro com a sogra, ou no vício das mulheres por sapatos (desde a Idade da Pedra, como sugere o filme), não esquecendo, é claro, de Braço, uma preguiça carismática e hilária, que por vezes serve de cinto a Guy.
      Em suma, "Os Croods" é, como quase todos os filmes da DreamWorks Animations, uma animação muito bem feita, que diverte e agrada na medida certa, sem deixar a peteca cair e sem deixar a chama do humor se apagar. Espero que o estúdio continue sendo responsável por longas divertidíssimos como esse, e como "Megamente", "Como Treinar seu Dragão", "Bee Movie", Por Água Abaixo"... E por aí vai.



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