Avaliação:
Título original: Conan the Barbarian
Gênero: Ação, aventura
Ano de lançamento: 2011
Direção: Marcus Nispel
Elenco: Jason Momoa
Rose McGowan
Rachel Nichols
Stephen Lang
Ron Perlman
Baseado na obra literária de Robert E. Howard, o personagem Conan foi adaptado ao cinema em 1982, com um filme estrelado por um até então desconhecido Arnold Schwarzenegger. O longa teve um relativo sucesso, arrecadando o triplo de seus custos de produção e gerando uma continuação no ano seguinte. Depois disso, nunca mais se ouviu falar no bárbaro cimério sem camisa que destruía meio mundo com uma espada. Até 2011, quando foi lançado o remake "Conan, o Bárbaro", estrelado por Jason Momoa.
O longa já começa em uma batalha. Ali nasce Conan, com o parto sendo feito por seu pai Corin (Ron Perlman), e sua mãe morrendo logo em seguida. O garoto é criado pelo pai, líder da aldeia e mentor de seus treinamentos para se tornar um guerreiro. É aí que aparece Khalar Zym (Stephen Lang), que quer juntar peças de uma máscara que pode lhe dar poder absoluto para que ele possa ressuscitar sua esposa. Corin, que detém uma das peças, resiste a entregá-la a Khalar Zym, sendo assassinado após uma terrível tortura. Conan foge e passa a viver como um guerreiro solitário, em busca de vingança contra o assassino de seu pai.
Marcus Nispel é "especialista" em refilmagens. São dele os remakes de "O Massacre da Serra Elétrica" (2003) e "Sexta-Feira 13" (2009). Em "Conan", Nispel entrega uma obra irregular, com violência gratuita e uma roteiro nulo, quase inexistente. O fiapo de história é um pretexto para batalhas intermináveis que permeiam toda a duração do filme, o que torna a experiência cansativa. Os diálogos fraquíssimos entregam a fragilidade da película, anulando qualquer possibilidade de conflito psicológico ou o mínimo que seja de tridimensionalidade dos personagens. Tudo é muito estereotipado: temos o guerreiro incansável, a mocinha indefesa, o vilão que quer dominar o mundo.
A direção de Marcus Nispel é confusa. Tenta criar uma atmosfera épica, nunca convencendo como tal. O começo é até promissor, quando somos apresentados ao jovem Conan em seu treinamento na neve, mas em seguida se perde ao adotar um tom genérico de ação. As cenas são mal filmadas, variando do absurdo ao bizarro. Desde o parto no meio da guerra até as intermináveis lutas do imbatível personagem-título, tudo é muito exagerado, tornando-se cansativo do meio do filme em diante. É absurdo como Conan consegue fazer jorrar sangue de praticamente todos seus inimigos, até mesmo daqueles que usam pesadas armaduras ou que caem de costas em uma pedra.
A condução da história também é decepcionante. A falta de ritmo é gritante, comprometendo a condução da história. "Conan" não consegue se salvar nem mesmo no básico, suas cenas de ação, que são fracas e confusas. Dificilmente o herói é realmente ameaçado por seus adversários, por mais que estejam em maioria ou utilizem mais armas que ele. O romance entre Conan e Tamara é completamente descartável, podendo ser excluído da trama sem comprometê-la mais ainda. Mas o que mais decepciona é a condução dos personagens. Nunca tememos pelo destino deles, já que não conseguem nos passar emoção, surgindo completamente unidimensionais.
Tecnicamente falando, pouco se salva do novo Conan. Adotando uma estética suja, a fotografia cria um tom com poucas cores. Alguns cenários são bem compostos, exceto os que denunciam o uso de tela verde, soando completamente artificiais. Os efeitos especiais são ruins, assim como a direção de arte. Tudo parece ter sido tirado das séries de Hércules e Xena. A trilha sonora é chata, tornando-se esquecível momentos após a projeção.
As atuações são outro ponto negativo do longa. Jason Momoa não convence como o guerreiro cimério, criando trejeitos difíceis de engolir, como o olhar de baixo para cima e a voz forçadamente rouca. Stephen Lang pouco faz como Khalar Zym, praticamente repetindo suas várias atuações como vilão, sem conseguir soar no mínimo ameaçador ao herói. Rachel Nichols surge praticamente dispensável como o interesse romântico de Conan, entregando uma atuação razoável, praticamente no piloto automático. Já Rose McGowan cria Marique, a filha bruxa de Khalar Zym, como uma personagem exagerada, com maneirismos absurdos e inverossímeis.
Aliando (d)efeitos especiais fracos e direção confusa, "Conan, o Bárbaro" não convence como filme de ação, muito menos como filme épico. Poderia muito bem ter sido lançado diretamente em dvd, poupando os espectadores de pagarem mais caro perderem seu tempo assistindo no cinema. Mais um pro hall dos esquecíveis.