terça-feira, 17 de julho de 2012

Opinião: "Hitman - Assassino 47"

Avaliação:

Título original: Hitman
Gênero: Ação
Ano de lançamento: 2007
Direção: Xavier Gens
Elenco: Timothy Olyphant
            Dougray Scott
            Olga Kurylenko
 
      As adaptações de jogos para o cinema começaram em 1993, com o lançamento “Super Mario Bros.”. A partir de então, muitos filmes foram lançados, mas foram poucos os que agradaram o público e a crítica. Desde obras medianas, como “Tomb Raider” e os primeiros "Resident Evil", até bombas como “Street Fighter” (os dois), ”Bloodrayne”, “Doom”, os últimos “Resident Evil”, etc. Falando de bomba, “Hitman” não foge muito disso. Lançado em 2007, é mais um para a extensa lista de filmes ruins provenientes de jogos.
      O longa conta a história de um grupo de assassinos treinados desde criança para serem os melhores no que fazem, sem ter o mínimo de compaixão ou sentimentos. Suas missões lhes são dadas através de um sistema de computador, sem nenhum contato direto com pessoas. É quando somos apresentados ao assassino 47 (Timothy Olyphant), que tem a missão de matar o presidente russo Mikhail Belicoff (Ulrich Thomsen).
      Após cumprir sua missão, o nº 47 se vê perseguido por assassinos como ele por não executar seu trabalho corretamente, já que Belicoff aparece vivo em seguida. Ele entra então em uma trama política internacional, e passa a proteger a prostituta Nika (Olga Kurylenko), também perseguida pelo presidente russo. No encalço de 47 está o agente da Interpol Mike Wittier (Dougray Scott), que o caça por todo o planeta há anos.
      Partindo de uma premissa que lembra a série Bourne, Hitman passa há anos-luz desse. Os créditos iniciais são bons, onde somos apresentados à origem dos assassinos e seu duro treinamento, mas surge preguiçoso, nos fazendo engolir aquilo rapidamente para pular direto para a ação descerebrada do resto do longa. O roteiro é mínimo, se acomodando em apenas fazer seu protagonista fugir o tempo todo, matando quem se atravessa em seu caminho.
      As atuações são rasas. Olyphant convence em alguns momentos como assassino, mas por vezes parece estar segurando o riso, reduzindo o impacto de suas ações. Olga Kurylenko funciona bem como interesse romântico do agente 47, mesmo que eles não troquem um beijo sequer. Por sua vez, Dougray Scott no papel do agente da Interpol faz uma atuação correta, sem altos e baixos. Mas Robert Knepper, que interpreta Yuri Marklov, e Ulrich Thomsen, como o presidente russo, são dispensáveis, agindo como personagens batidos, já vistos inúmeras vezes em filmes do gênero.
      Os vilões são completamente estereotipados, caricatos, como se tivessem saído dos anos 80. O roteiro ainda passa a mensagem dos tempos da Guerra Fria, tratando os soldados russos como totais incompetentes e os líderes como ditadores sanguinários, sendo os americanos os libertadores do mundo.
      O personagem principal passa o filme todo distribuindo tiros por onde passa. Mesmo sendo um assassino frio e sem emoções, rigorosamente treinado, é difícil aceitar que seja capaz de matar tanta gente de uma só vez sem sofrer um arranhão sequer. Durante as cenas de ação, o nº 47 sempre enfrenta seus adversários com a mesma frieza, sem parecer estar em perigo iminente, tirando o impacto das cenas.
      O filme parece, em alguns momentos, que foi feito às pressas. As cenas de ação são comuns para qualquer filme do gênero. Os diálogos são fraquíssimos, servindo apenas como pano de fundo para os tiroteios e perseguições. Sem contar os furos do roteiro. Se o nº 47 recebe as missões pelo sistema de computador por áudio, por que a mesma coisa que está sendo falada aparece escrita no computador? Seria para garantir que o assassino receberia a missão, sendo ele surdo, cego ou analfabeto? E como o protagonista chega à estação de trem com uma gravata vermelha, e depois enfrenta alguns oponentes trajando uma gravata azul? Mas o pior fica por conta do seu diálogo com Nika no carro. Em um determinado momento, ela quase chora pedindo para não morrer; logo em seguida, diz que não vale a pena viver passando tudo que ela passa na vida, e que ele deveria matá-la; mas instantes depois ela volta a ter os olhos marejados e novamente implora por sua vida.
      Mas “Hitman” tem um ponto forte: sua curta duração (89 minutos) nos permitindo sair do filme rapidamente. É uma aventura esquecível, como tantas outras jogadas no cinema todos os anos.


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