Avaliação:
Título original: The Hangover Part II
Gênero: Comédia
Ano de lançamento: 2011
Direção: Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper
Ed Helms
Zach Galifianakis
Nick Cassavetes
Quando assisti a "Se Beber, Não Case", de 2009, experimentei uma comédia completamente nova, empolgante do ponto de vista narrativo. É um filme ágil, com uma piada por cima da outra, superando e muito a maioria dos longas do gênero. É uma pena perceber, portanto, que sua continuação acabe de certa forma decepcionando, caindo nas armadilhas comuns e deixando a inventividade de lado para apostar em repetições e exageros.
Novamente, o longa gira em torno de uma despedida de solteiro mal sucedida. Dessa vez, o casamento é de Stu (Ed Helms), na Tailândia. Alan (Zach Galifianakis) não gosta da ideia de ter um intruso no bando: Teddy (Mason Lee), o irmão da noiva. Stu, Alan e Phil (Bradley Cooper), acordam desesperados em um hotel de quinta categoria sem lembrar de nada o que acontecera na noite passada. Alan está com a cabeça raspada, e Stu tem uma tatuagem no rosto idêntica à do Mike Tyson. Em vez de um bebê, dessa vez o intruso é um macaco fumante e pervertido, enquanto que o desaparecido da vez não é Doug (Justin Bartha), e sim Teddy. E assim começa tudo de novo: o trio desmemoriado anda perdido em Bangkok em busca do paradeiro de Teddy.
Com todos esses ingredientes, nada melhor do que a mesma equipe de sempre para não deixar o ritmo lento tomar conta de toda a projeção. Alan continua sendo o mais sem noção do trio, dono de uma infantilidade e uma ingenuidade hilárias. Phil, mesmo com ar de garotão, demonstra ser o centro da razão do trio, além do mais, ele é um pai de família, e tem que ter alguma responsabilidade. Já Stu é o mais certinho quando sóbrio, mas comete as maiores loucuras quando está bêbado. Ainda temos a volta do impagável Chow (Ken Jeong), que surge no primeiro filme como "vilão" e nesse está mais inspirado ainda, mas ajudando o trio central.
Uma coisa que não falta para "Se Beber, Não Case - Parte II" é coragem. São raras as comédias norte-americanas a fazer uso de nudez e de piadas escatológicas com tamanha naturalidade e eficiência. Logo na cena do hotel, somos apresentados ao "membro" de Chow. Algum tempo depois, vemos toda a perversão do pequeno macaco traficante. E mais adiante, naquela que é sem dúvida a cena mais hilária de todo o longa, uma, digamos, prostituta, faz revelações surpreendentes sobre a noite de amor que teve com Stu, deixando a todos perplexos. Impagável. Talvez uma das cenas mais engraçadas que já assisti.
O problema do filme está no seu ritmo. Até a cena citada acima, o filme demora a engrenar. O primeiro ato, principalmente, é totalmente lento, algo não recomendado para comédias. São poucas as cenas realmente inspiradas, sem que a graça tenha sido forçada pelos gritos histéricos de Stu ou por qualquer tentativa de humor físico. O bom senso é por vezees deixado de lado, principalmente na cena em que um personagem descobre estar sem um dedo e nem se estressa. Algo corriqueiro, certo? Afinal, o que é um dedo pra quem nasceu com 20? Isso sem citar a cena da "entrada triunfal" no casamento, que parecer sido tirada de qualquer comédia da Sessão da Tarde.
Mas com todos os percalços, "Se Beber, Não Case - Parte II" é uma diversão agradável. Sem o mesmo vigor e ritmo que fizeram a fama de seu predecessor, mas ainda assim um filme bom de assistir despretensiosamente, o que é o básico de qualquer comédia.
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